sábado, 2 de junho de 2012

Conheça o que você come - BACALHAU


Comer bacalhau nas ceias de fim de ano é um costume que herdamos dos portugueses.
Cerca de 30% do bacalhau pescado na Noruega é consumido no Brasil, sobretudo no fim de ano.
O que talvez poucas pessoas saibam é que esta é uma espécie hoje ameaçada de extinção devido à sobrepesca.
Livre na Natureza, quando não capturado, o bacalhau é capaz de viver por cerca de 20 anos, sendo capaz de atingir cerca de 1,80 m de tamanho.
Uma das "piadinhas" em circulação no Brasil é afirmar que jamais alguém foi capaz de ter visto uma "cabeça de bacalhau".
Isto se deve ao fato de que o Gadus morhua, nome científico do verdadeiro bacalhau, não existe no País. Além disso, após ter as vísceras retiradas, o bacalhau passa por um processo pelo qual é retirada em média 50% da sua umidade, processo no qual também é retirada a sua cabeça.
Claro, como todo e qualquer animal, o bacalhau tem cabeça e é um peixe extremamente belo e longevo.
Entretanto, talvez seja mais cômodo para alguns imaginá-lo como uma "coisa preparada e salgada", à qual não se concede o estatuto de ser vivo.



Houve uma época em que foi considerada quase impossível a sua extinção, dada à alta taxa de fertilidade das fêmeas.
Assim, por exemplo, em 1858, J. Smith Homans, em sua Enciclopédia de Navegação Comercial, chegou a afirmar que o bacalhau seria "uma espécie de peixe ... impressionantemente prolífico. Leewen-Hoek contou nove milhões trezentos e oitenta e quatro mil ovos em um bacalhau-fêmea de tamanho médio – um número que frustrará quaisquer esforços feitos pelo homem no sentido de exterminá-lo."


 Nada mais FALSO 

Em 2001 foi emitido um alerta, segundo o qual o bacalhau já era considerado por muitos cientistas e organizações internacionais de preservação da natureza, uma espécie ameaçada de extinção devido à pesca excessiva.
http://www.bacalhau.com.br/morhua.htm

Segundo aquele alerta nunca a população deste animal havia estado em níveis tão reduzidos como os de então. Cientistas estimavam a então "reserva" em 70.000 toneladas do peixe adulto, fato considerado alarmante se comparado às 250 mil toneladas em 1960. Segundo os relatórios apresentados na época o nível mínimo "de estoque" para garantir a sobrevivência da espécie seria de 150 mil toneladas.
http://www.bacalhau.com.br/morhua/codquota.htm
http://www.bacalhau.com.br/morhua/northsea.htm

Estes fatos levaram a Comissão Européia a criar fortes restrições à sua pesca.













Este fato mesmo provavelmente explica porque hoje 5 peixes diferentes, importados da Noruega e de outros países, são vendidos no Brasil com a denominação de "bacalhau", embora apenas dois posam tecnicamente receber a denominação "bacalhau" - Atlantic Cod Gadus morhua e o Pacific Cod Gadus macrocephalusm, natural do Oceano Pacífico.
Para maiores informações sobre o risco de extinção do bacalhau sugiro a leitura do pequeno artigo postado pelo Centro Vegetariano:

http://www.centrovegetariano.org/Article-333-bacalhau%2Bem%2Bvias%2Bde%2Bextin%25E7%25E3o.html



Independentemente da ameaça de extinção, que só serve de grave preocupação para os exploradores da morte destes animais (leia-se Noruega) e as grandes indústrias pesqueiras, bem como para todos aqueles que trabalham na "indústria pesqueira" __ que indústria? que nada fabrica, apenas suprime as suas vidas! __ o fato é que este formoso animal, que vive em cardumes, com certeza não nasceu para virar comida no prato de ninguém e ter a sua existência natural de 20 anos interceptada geralmente em torno dos 2 anos de idade.

Acredito e afirmo que, tal como qualquer outro ser vivente, com certeza ele deve ter sua agenda própria de interesses e o desejo de sobrevivência com certeza a preside.

 

O fato de uma espécie nascer nos oceanos, não a transforma em "pesca" nem autoriza a sua matança.

Afinal, se amamos tanto aos golfinhos e baleias, porque nos servimos dos peixes em nossa
mesa?



Cristo, o Mestre cujo nascimento o mundo comemora no dia 25 de dezembro, dia correspondente ao equinócio de verão no hemisfério norte, é muito MAIOR do que meras religiões.
Como será que Ele seria melhor honrado senão sendo mantido VIVO em Sua mensagem ao mundo?
Mesmo o Antigo Testamento está cheio de alusões à compaixão e à misericórdia de que Ele tentou nos lembrar:
"Pois misericórdia quero, e não sacrifícios; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos."
A data escolhida para celebrar seu nascimento é muito significativa: além de incorporar a festa pagã por estratégia política da então iniciante igreja católica, a data se refere ao dia em que a LUZ mais se faz presente sobre o planeta terra.
A partir de hoje e no próximo Natal e Fim de Ano faça diferente: Celebre a VIDA em sua mesa e não a MORTE.
Faça parte deste hoje ainda pequeno grupo que trabalha pela volta da LUZ e da Compaixão ao planeta Terra.
Considere a opção do vegetarianismo/veganismo.
O planeta está morrendo, um pouco a cada dia.
Por absoluta falta de Amor.



Namaste.

Obs: No Brasil, segundo as leis em vigor, os peixes são considerados "recursos pesqueiros", e não fauna, não gozando portanto de qualquer forma de proteção, por mínima que seja. Dada esta "configuração" das leis brasileiras, é hoje IMPOSSÍVEL criar sequer qualquer tupo de moratória para a pesca, diante das barreiras inquebrantáveis criadas pela estupidez do governo do país.

Norah André

Nota: texto inicialmente postado em 01 de dezembro de 2011, no blog da Weeac Brasil

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